sábado, 30 de agosto de 2008

A GRANDE INCÓGNITA

A grande incógnita
A vida pode ser comparada a um caminho de sombras e luzes, cuja extensão desconhecemos e que nos conduz a um destino ignorado. É como essas trilhas perdidas num bosque, que são mais escuras nos trechos em que há grande concentração de árvores e totalmente iluminadas pelo sol naqueles em que não há planta nenhuma, a não ser um verde gramado de se perder de vista.
Caracteriza-se, sobretudo, pelo imprevisto, bom ou ruim, para os quais temos que estar sempre atentos. No primeiro caso, para usufruirmos, com alegria e encantamento. No segundo, para nos prevenirmos e evitarmos os buracos, pedras e espinhos que venham a atrapalhar nossos passos, quando não nos derrubar e nos ferir.
É nessa imprevisibilidade que reside o grande encanto da vida.. Quanto à sua extensão e destino... não devemos nos preocupar. Por que não? Porque é inútil. Porque estes são fatores nos quais não temos a menor condição de interferir e modificar.
Entre as inúmeras incertezas que temos, em relação ao universo, uma certeza se destaca, soberana e imutável: a de que o planeta que habitamos, um dia, terá fim. Não sabemos quando isso irá ocorrer, mas conhecemos “como” acontecerá. Quando o sol consumir todo seu combustível, irá se expandir, de tal sorte, que reduzirá a cinzas os planetas que o orbitam, entre os quais, o nosso, claro.
Depois, explodirá, como monstruosa bomba de hidrogênio e se contrairá, até se tornar uma anã branca. Por mais que essa estrela tenha existido, exista e venha a existir, será um tempo ínfimo, em relação à eternidade. E qual será o destino do homem?
Estará fadado à extinção, num piscar de olhos, assim como um dia começou a existir? Conquistará outro planeta, de uma outra estrela, e dará continuidade à vida? Isso, ninguém sabe, embora possa intuir. Mesmo sem o homem, porém, o universo seguirá em seu curso eterno, rumo a um destino que nossa mente jamais alcançará saber qual seja.
Não sabemos, portanto, além da duração e destino da vida e do tempo exato em que a Terra continuará a existir, se a nossa espécie irá se extinguir ou se, com sua engenhosidade e inteligência, saberá prover alguma forma de sobrevivência. Nenhuma dessas questões, porém, se constitui na grande incógnita, sobre a qual devamos nos debruçar para esclarecer.
A pergunta fundamental, que deveria ser nossa preocupação constante, é, aparentemente, mais simples, e foi feita em uma entrevista, concedida na década de 70 à extinta revista “Visão”, por Eugéne Ionesco, um dos maiores patafísicos e dramaturgos do teatro do absurdo: “Por que não nos amamos?
”Pois é. Por que? O próprio escritor romeno acrescenta: “Para isso (para nos amarmos) não há necessidade de grandes homens e de grandes doutrinas”. Não há mesmo. Ionesco, para justificar essa afirmação, lembra que essa mesma pergunta foi feita pelo principal personagem de Fedor Dostoievski, no romance “O idiota”, “em sua lúcida ingenuidade”.
Se todos estamos no mesmo barco (e estamos), se ninguém consegue sobreviver por muito tempo sozinho, se para os mínimos atos da vida dependemos uns dos outros, convenhamos, é uma extrema estupidez o fato de não nos amarmos. Mas não nos amamos, em sentido genérico. Competimos uns com os outros, os fortes subjugam e se aproveitam dos mais fracos (não somente no aspecto físico, mas no mental, psicológico, econômico e social) e em raras ocasiões conseguimos nos entender, o mínimo que seja.
Confesso que, por muito tempo, fiquei com um pé atrás em relação a Eugène Ionesco (que, apesar de romeno de nascimento, tinha fortes vínculos com a França, já que sua mãe era francesa e ele passou a maior parte da sua vida nesse país). Conhecia, dele, apenas sua principal peça, “A cantora careca”, encenada pela primeira vez em 11 de maio de 1950, no Teatro dos Noctambules, em Paris, e que originou o movimento conhecido como Teatro do Absurdo. Detestei!
Não atentei, a princípio, para a sua proposta. Achava-a maluca demais para os meus padrões estéticos e culturais de então. Ao assistir outras encenações desse mesmo trabalho, porém, aos poucos foi compreendendo suas idéias (e concordando com elas). Ionesco mostrou, sobretudo, humildade nas entrevistas que concedeu. Confessou, por exemplo, que na criação do Teatro do Absurdo, ou “anti-teatro” – que propunha a volta às origens das artes cênicas, ou seja, um teatro puro, despojado de convenções, cruelmente poético, casual e sumamente imaginativo – foi influenciado por Franz Kafka e pelo poeta e dramaturgo francês Alfred Jarry, conhecido por suas peças hilariantes e insólitos poemas.
Li, posteriormente, alguns ensaios seus e achei-os lúcidos e equilibrados, assim como os cinco romances que publicou. Vibrei, pois, quando soube que Eugène Ionesco foi eleito para a seletíssima e badalada Academia Francesa, em 1970. Foi quando passei a refletir com assiduidade sobre essa que ele classificou como a “grande incógnita humana”: “Por que não nos amamos?”. Sim, leitor, por que? Você teria uma única resposta objetiva que, em pouquíssimas palavras, desse uma, e só uma justificativa lógica para tamanha omissão? Eu, da minha parte, confesso, humildemente: não tenho!
Pedro J. Bondaczuk é jornalista e escritor, autor do livro “Por Uma Nova Utopia”
Fonte:
http://www.planetanews.com/
Foto:Nasa.
Texto publicado conforme autorização por escrito do site acima.
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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O MUNDO ATRAVÉS DAS LENTES DO CONSUMO

MUNDO ATRAVÉS DAS LENTES DO CONSUMO (O)

A realidade do consumir tem influenciado nossas vidas, mais do que podemos imaginar.

Ver o mundo através das lentes do consumo nos faz exigir sempre o melhor, não importa se de um produto, de um relacionamento, de um emprego ou das pessoas que amamos.
Buscar o melhor, procurar crescer, anelar excelência na vida, é certamente salutar.
Progresso, evolução, deve ser objetivo de todos na Terra.
Porém, os excessos, os desequilíbrios de tais posturas é que nos trazem grandes problemas.
Exigir em demasia, tanto da vida, dos outros, e muitas vezes - por conseqüência - de si mesmo, traz-nos distúrbios de comportamento seríssimos.
A questão é tão grave que já existe catalogação para este tipo de fobia: a atelofobia, que se constitui no medo da imperfeição.
Sem falar na ansiedade crônica, que hoje já faz adoecer o mundo com seus venenos potentes.
Tudo parece dar a entender que se faz difícil viver numa sociedade onde o sofrimento, a tristeza, os defeitos e as fraquezas não são mais tolerados.
A indústria oferece soluções para qualquer tipo de problema, e para todos os tipos de bolso.
São receitas de sucesso nas prateleiras das livrarias; pílulas da felicidade na farmácia da esquina; o corpo dos sonhos em troca de cheques a perder de vista...
Criamos uma era da perfeição de massa, onde os defeitos são vistos como erros da natureza que podem ser corrigidos, deletados, deixados para trás.
O corpo parece deixar de ser determinado e passa a ser inventado. Um corpo fabricado pelas nossas escolhas, baseadas nos padrões vigentes da época. Padrões, muitas vezes, altamente questionáveis.
Corremos o risco de deixar de ser aquilo que somos para nos transformarmos em um corpo sem marcas, sem história, sem humores. Em mera imagem.
Mas se não é bem essa sua intenção, experimente olhar o mundo através de lentes não viciadas em cânones ou padrões.
Este olhar o mundo passa por olhar-se, em primeiro lugar.
Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, foi muito lúcido ao dizer: Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.
Este é o momento de despertar. Despertar para os valores mais nobres da vida, e finalmente colocar nossa embarcação alma no rumo da felicidade verdadeira.
Nestes valores fundamentais estão a paciência, a compreensão das dificuldades e limitações do outro e nossas.
Está a compaixão – virtude de vivência dinâmica – que estende a mão ao próximo, para que cresça junto.
Está a resignação – virtude que aprende com a dor, retirando dela as lições preciosas que sempre traz, evitando a revolta e a negação.
A lei maior do progresso nos coloca na direção da perfeição, naturalmente, mas dessa perfeição que vem sendo construída de forma gradual no imo do Espírito.
Desejá-la de forma fácil, conveniente, e da maneira com que nós anelamos e achamos que deva ser, sempre será perigoso e próximo do desastre.
* * *
Evite o excesso de exigência para com os outros.

Somos seres diferentes, pensamos diferente em muitas ocasiões, e por isso, exigir que as pessoas tenham o mesmo ângulo de visão que o nosso, para tudo, é absurdo.
O diferente está ao nosso lado por razões especiais. É com ele que aprendemos inúmeras virtudes, é com ele que crescemos e alcançamos a nossa gradual e certa perfeição.

Redação do Momento Espírita com base no artigo Você não é perfeito, de Elisa Correa, publicado na Revista Vida Simples, julho 2008.Em 28.08.2008.

Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.
Foto:By:Fabiola.Todos os Direitos Reservados.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

NEM TUDO QUE É LÓGICO É VERDADEIRO


Nem tudo que é lógico é verdadeiro.
Autor:Dr.Flávio Gikovate.

- Se em nosso cérebro não houver espaço para acolher os fatos novos que desarrumem a nossa lógica, nós deixaremos de pensar de modo original ou perceber o novo.
Às vezes eu acredito que uma das razões pelas quais as coisas não acontecem de acordo com as nossas reflexões é porque pensamos de modo errado. Aliás, já é errado acreditar que as coisas acontecerão de acordo com o que pensamos! Pensar é um processo mais desvinculado da realidade do que costumamos acreditar. Pensar talvez seja a nossa tentativa de "adivinhar" a realidade. E isso está sujeito a erros muito graves e perigosos. Especialmente quando nos tornamos muito auto-suficientes nos nossos processos interiores e paramos de confrontá-los com a realidade efetiva.
Quando correlacionamos fatos, eles podem ter uma sequência lógica absoluta. Quando se diz que um rapaz se tornou homossexual porque passou a rejeitar as mulheres, em virtude de ter uma mãe extremamente autoritária e dominadora e um pai passivo e submisso, que ele não admirava, trata-se de uma bela explicação e que está bem de acordo com a lógica do nosso pensamento psicológico. Mas é preciso ver se isso é verdade! O fato de ser uma bela e lógica explicação não garante que seja verdadeira. Há muitos homossexuais que não tiveram esse tipo de mãe — ou pai. Em contrapartida, muitos heterossexuais tiveram uma mãe castradora. Portanto, é perigoso concluir apenas pela coerência interna dos pensamentos, sem levar em conta os fatos reais.
Pessoas inteligentes têm a tendência, desde pequenas, a desenvolver e sofisticar o pensamento lógico e a buscar a coerência entre os seus pensamentos. Elas tornam-se fascinadas por esse quebra-cabeça, esse jogo de armazenar, organizar e correlacionar idéias e fatos. A atitude é louvável e aguça terrivelmente a inteligência e o senso crítico. O que é terrível é que passam a se posicionar diante dos fatos novos da seguinte maneira: isso é verdadeiro ou correto porque está de acordo com o meu sistema de pensar; aquilo é falso ou mentiroso porque não combina com os dados lógicos acumulados em meu cérebro. Isso é mais grave do que se possa pensar, pois as pessoas são obrigadas a recusar todos os fatos novos que não se encaixam com os já catalogados. Qual o resultado disso? O sistema de pensar se torna fechado. A partir daí não há possibilidade de novos avanços de grande peso. A pessoa, às vezes muito moça, já se tornou velha porque é refratária às novidades.
Ser jovem de cabeça é ter o espírito aberto. E isso significa estar disposto a prestar atenção em coisas que não são lógicas. Isto é, em coisas que não estão de acordo com o que já sabemos. Aqui vai outro exemplo, de um fato pessoal que marcou definitivamente minha vida e meu modo de pensar. Eu tinha uns 18 anos de idade e, durante minhas férias em uma estação de águas, havia presenciado uns experimentos com telepatia que me deixaram perplexo e confuso. Porém eu não tive dúvidas de que o fenômeno existia. Voltando para São Paulo, fui conversar com meu pai. Ele era um grande médico, muito culto e respeitado por todos que o conheceram. Eu lhe disse: "Telepatia existe mesmo". Ele me olhou de modo severo e falou: "Besteira, isso não existe". Eu retruquei: "Existe sim. Eu presenciei e tomei toda cautela para me certificar de que aquilo não era um truque". Ele respondeu de modo categórico e definitivo: "Isso é um absurdo! É lógico que telepatia não existe". Ou seja: aquilo que não cabia no seu sistema lógico não podia existir! A lógica, para ele, valia mais que a realidade. Se a realidade não combinasse com suas reflexões sobre a vida, que se danasse a realidade.
Meu pai era um homem de inteligência extraordinária. Você não imagina como me entristece constatar que esse modo de utilização do cérebro torna todo o esforço mental repetitivo e pouco produtivo. A negação da realidade e a falta de espaço para fatos novos que contradigam nossas convicções nos tornam pessoas incapazes para criar e também para captar as novidades que os outros estão criando. Sim, porque toda nova idéia ou novo projeto deriva de um "absurdo lógico". Chegamos perto do novo quando ousamos pensar, em oposição ao pensamento oficial ou à lógica oficial. Galileu percebeu que a Terra não era o centro do universo porque ousou pensar de modo original. É verdade, também, que nem todo pensamento original e fora da lógica é criativo e útil. Mas a realidade está aí para fazermos o teste final. O verdadeiro é o que se confirma nos fatos e não nos nossos pensamentos.
Texto publicado conforme autorização por escrito do Instituto de Psicoterapia de São Paulo.Todos os Direitos Reservados.
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terça-feira, 26 de agosto de 2008

O PAPEL DA CULTURA HUMANISTA


DO PORTAL DA AMORC.

O PAPEL DA CULTURA HUMANISTA

Autor:Eduardo Teixeira, FRC.

A Educação orientou-se para "fora", preparando caminho para múltiplas especializações. Todas as formas de conhecimentos, insuficientes por si próprias para assegurarem aos jovens uma posição social economicamente orientada, foram progressivamente abandonadas. A juventude, sentindo, ainda que de forma nebulosa, a perda de identidade, lançou-se numa busca quase desesperada de novos valores.

Essa reação desamparada de filosofia, que pudesse definir o verdadeiro sentido da liberdade, redundou, como é facilmente compreensível, em comportamentos distorcidos e, conseqüentemente, não logrou de imediato a compreensão da sociedade. Instalou-se, dessa forma, uma crise de proporções imprevisíveis. Em algum momento, entretanto o senso comum foi mobilizado e surgiu aquilo que presentemente constituí opinião unânime daqueles que se ocupam com a tarefa da Educação: a conscientização da necessidade de reformulação dos métodos e da qualidade do ensino.

Toda a crise é fruto de extremismo. Afortunadamente, qualquer tipo de extremismo conduz o germe de sua própria regeneração. A História é testemunha de que toda a crise de grande estrutura decorre do enfraquecimento do sentido de humanidade e da inversão de valores que sustentam a sociedade humana. A restauração desses valores está em íntima relação com o desenvolvimento de uma cultura humanística. A valorização do Homem, integralmente considerado, como objetivo da cultura humanística, é o ponto de partida para qualquer reforma educacional.

O Misticismo promove o encontro do Homem com o seu Deus Interior e a consecução dos mais sublimes objetivos da existência. Por isso tem o poder de harmonizar ciência e humanismo, influindo positivamente numa educação substancial da juventude, responsável por seu destino e participante indispensável no plano evolutivo do Cósmico.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

CONQUISTAS DO ESPÍRITO



CONQUISTAS DO ESPÍRITO

Ela nasceu no México, em uma cidade chamada São Miguel de Nepantla.
Filha de pai basco e de mãe índia, cedo mostrou seus dotes intelectuais e sua rara inteligência.
As três anos aprendeu a ler e aos cinco iniciou a escrever versos.
Seu sonho era estudar. Por isso, ao saber que existia algo chamado Universidade, onde havia acesso à ciência, ao saber, pediu ao pai que a matriculasse.
Mas, aqueles eram tempos em que para a mulher não se abriam tais possibilidades.
O mundo intelectual era dos homens. Ela freqüentou, por três anos, a corte do Vice-rei, no intuito de travar contato com cabeças privilegiadas.
Não logrou o êxito que idealizava.
Por fim, adentrou o convento de São Jerônimo da Conceição.
Estudou dogma, direito canônico, medicina, astronomia. Tornou-se pintora miniaturista.
Escreveu peças teatrais, poemas, música sacra.
Quando foi repreendida, pela ousadia de adentrar o campo científico e cultural, defendeu o direito da mulher de se ilustrar.
Considerada a primeira feminista da América Latina, Juana Inés de la Cruz responde aos argumentos pobres com que a agridem, com a sabedoria de quem se aprofundara nas letras e nas ciências.
Busca na bíblia e na mitologia os vultos femininos que marcaram época pela sabedoria e competência.
Recorda Débora, fazendo leis, a sapiente Rainha de Sabá, Ester, Aspásia Milesia, que ensinou filosofia e retórica.
Cita o cântico de Maria, mãe de Jesus, para justificar a sua poesia:
A minha alma glorifica o Senhor; e o meu Espírito exulta em Deus meu Salvador.
Porque lançou os olhos para a baixeza da Sua escrava; portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
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Juana Inés de la Cruz morreu no ano de 1695, durante uma epidemia de peste.
Contraiu a enfermidade atendendo as suas irmãs do convento.
Seu vulto, até hoje, é venerado no México, como das mais nobres personalidades que viveram na América Latina.
Uma mulher no século XVII. Enfrentou os preconceitos de seu tempo. Conviveu com a inveja dos que a desejavam calada, a fim de que a sua inteligência e sabedoria não se evidenciasse.
Nada a abateu. Como uma estrela de sublime grandeza, ela brilhou, conquistando intelecto e moral.
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Quando as cores sombrias da adversidade pretenderem toldar o céu da tua vida, pensa que és capaz de as afugentar.
E segue sempre.
Não te permitas abater pelas críticas tolas, pelos obstáculos que se interponham aos teus sonhos.
Persiste e vence.
Redação do Momento Espírita com base no cap. Juana de Asbaje;no cap. Sóror Juana Inés de La Cruz do livro A veneranda Joanna de Ângelis, ed. Leal e no Evangelho de Lucas,cap. 1, vers. 46 a 48.Em 22.08.2008.
Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.
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domingo, 24 de agosto de 2008

QUEM TEM PODER


QUEM TEM PODER

Muito curiosa é a marcha do ser humano em busca do que ele considera uma grande conquista. E dentro desse contexto, está a sede pela posse do poder.
E o poder tem se constituído numa verdadeira obsessão. Em todos os tempos há os que o buscam de forma incessante, incansável e perturbadora.
Há os que desejam o poder do dinheiro, mas a morte os afasta das propriedades e dos cofres abarrotados, para que experimentem, no país da verdade, as realidades da vida.
Há os que espreitam o poder da política terrena, ansiosos, mas a morte os exclui das decisões bem urdidas, dos conchavos escusos, onde se julgavam fortes, imbatíveis, para que possam identificar as realidades da vida.
Há aqueles que se impõem, respeitados por uns, temidos por muitos, dominando exércitos submissos ao seu comando arbitrário, caprichoso; mas a morte arranca-lhes a espada e a lança, fazendo silenciar a sua voz de comando, conduzindo-os ao contato das realidades da vida.
Em tronos de soberba e crueldade, há os que se envaidecem, os que se vangloriam, tendo os ombros recobertos de púrpura, tendo coroas de gemas e ouro sobre atormentadas frontes. A morte, porém, rouba-lhes o cetro, desaloja-os do trono de ilusão e lhes impõe o conhecimento das realidades da vida.
Há muitos que exercem poder sobre familiares indefesos que, frágeis, suportam ameaças, violências físicas e morais, pondo à mostra seu temperamento ácido. No entanto, chega a morte e lhes desarticula da presunção, desarma-lhes a prepotência, arremessando-os para as realidades da vida.
Nenhum poder tipicamente do mundo resiste às transformações que o tempo a tudo impõe.
Em verdade, somente a vida, a vida do espírito imortal, carrega em suas engrenagens as lentes ideais para que se veja e entenda o que realmente existe como força no mundo todo.
A morte, então, é transformada em eficiente mensageira da realidade, com o objetivo de destronar os orgulhosos, de desmascarar os enganados e desmoralizar os hipócritas.
Do mesmo modo, essa mensageira abençoa os que trabalham com honestidade e lucidez nos campos terrenos, permitindo-lhes usufruir da ventura semeada.
A morte, agindo sobre o corpo físico, determina o final das experiências enlouquecidas da alma sobre a terra, fazendo fechar-se o ciclo de abusos, de desmandos, a fim de que o espírito, esse viajante da evolução, possa cair em si, através de meditações profundas, despertando para as realidades da vida.
Quem detém o verdadeiro poder, no mundo, é todo o indivíduo que se acostumou a construir a paz dentro de si, por meio de árduas disciplinas, conseguindo espalhá-la em derredor.
O verdadeiro poder no mundo pertence àquele que trabalha com honradez, calejando as próprias mãos, simbolicamente, ajudando a iluminar as estradas sombrias do planeta.
Somente aqueles que sabem renunciar aos convites dos vícios do mundo, a fim de conquistar as virtudes sublimes que valorizam o íntimo da criatura, é que são reais detentores do mais grandioso poder: o poder sobre si mesmos.
***
O poder do mundo é passageiro, é precário, é temporal. O poder do espírito é imorredouro e propicia a verdadeira felicidade a quem o possui.
O poder real é daquele que tudo podendo exigir, torna-se, na terra, o verdadeiro servidor de todos.

(Cap. VI do livro: "Ante o vigor do espiritismo", de Raul Teixeira, ed. Fráter.)
Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.

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LISON.F.R.C.

sábado, 23 de agosto de 2008

ERA UMA VEZ...


ERA UMA VEZ...
DO ORKUT MENSAGENS ANA MARIA BRAGA
(mensagem dia 21/08/08)

Uma industria de calçados aqui no Brasil que desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia.
Em seguida, mandou dois de seus consultores a pontos diferentes do país para fazer as primeiras observações do potencial daquele futuro mercado.
Após alguns dias de pesquisas, um dos consultores enviou o seguinte fax para a direção da industria: "Senhores, cancelem o projeto de exportação de sapatos para a Índia.
Aqui ninguém usa sapatos." Sem saber desse fax, alguns dias depois o segundo consultor mandou o seu: "Senhores, tripliquem o projeto da exportação de sapatos para a Índia.
Aqui ninguém usa sapatos ainda.
"A mesma situação era um tremendo obstáculo para um dos consultores e uma fantástica oportunidade para outro. Da mesma forma, tudo na vida pode ser visto com enfoques e maneiras diferentes.
A sabedoria popular traduz essa situação com a seguinte frase: "Os tristes acham que o vento geme; os alegres e cheios de espirito afirmam que ele canta." O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a vida... faz toda a diferença!
Postado By:Regina. Todos os Direitos Reservados.
Foto:Jehhhhhhh.Todos os Direitos Reservados.
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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A GRAVE PROBLEMÁTICA DA CORRUPÇÃO


A GRAVE PROBLEMÁTICA DA CORRUPÇÃO
Conforme o dicionário, corrupção é adulterar, corromper, estragar, viciar-se.
Nos dias em que vivemos, muito se tem falado a respeito da corrupção. E, quase sempre, direcionando as setas para os poderes públicos.
Pensamos que corrupção esteja intimamente ligada aos que exercem o poder público.
Ledo engano. Está de tal forma disseminada entre nós, que, com certeza, muito poucos nela não estejamos enquadrados.
Vejamos alguns exemplos.
Quando produzimos algo com qualificação inferior, para auferir maiores lucros, e vendemos como de qualidade superior, estamos sendo corruptos.
Quando adquirimos uma propriedade e, ao procedermos a escrituração, adulteramos o valor, a fim de pagar menos impostos, estamos disseminando corrupção.
Ao burlarmos o fisco, não pedindo ou não emitindo nota fiscal, estamos nos permitindo a corrupção.
Isso tem sido comum, não é mesmo? É como se houvesse, entre todos, um contrato secretamente assinado no sentido de eu faço, todos fazem e ninguém conta para ninguém.
Com a desculpa de protegermos pessoas que poderão vir a perder seus empregos, não denunciamos atos lesivos a organizações que desejam ser sérias.
Atos como o do funcionário que se oferece para fazer, em seus dias de folga, o mesmo serviço, a preço menor, do que aquele que a empresa a que está vinculado estabelece.
Ou daquele que orienta o cliente, no próprio balcão, entregando cartões de visita, a buscar produto de melhor qualidade e melhor preço, segundo ele, em loja de seu parente ou conhecido.
Esquece que tem seu salário pago pelos donos da empresa para quem deveria estar trabalhando, de verdade.
Desviando clientes, está desviando a finalidade da sua atividade, configurando corrupção.
Corrupção é sermos pagos para trabalhar oito horas e chegarmos atrasados, ou sairmos antes, pedindo que colegas passem o nosso cartão pelo relógio eletrônico.
É conseguir atestados falsos, de profissionais igualmente corruptos, para justificar nossa ausência do local de trabalho, em dias que antecedem feriados.
Desvio de finalidade: deveríamos estar trabalhando, mas vamos viajar ou passear.
É promovermos a quebra ou avaria de algum equipamento na empresa, a fim de termos algumas horas de folga.
É mentirmos perante as autoridades, desejando favorecer a uns e outros em processos litigiosos. Naturalmente, para ser agradáveis a ditos amigos que, dizem, quando precisarmos, farão o mesmo por nós.
Corrupção é aplaudir nosso filho que nos apresenta notas altas nas matérias, mesmo sabendo que ele as adquiriu à custa de desavergonhada cola.
E que dizer dos que nos oferecemos para fazer prova no lugar do outro? Ou realizar toda a pesquisa que a ele caberia fazer?
Sério, não?
Assim, a partir de agora, passemos a examinar com mais vagar tudo que fazemos.
Mesmo porque, nossos filhos têm os olhos postos sobre nós e nossos exemplos sempre falarão mais alto do que nossas palavras.
Desejamos, acaso, que a situação que vivemos em nosso país tenha prosseguimento?
Ou almejamos uma nação forte, unida pelo bem, disposta a trabalhar para progredir, crescer em intelecto e moralidade?
Em nossas mãos, repousa a decisão.
Se desejarmos, podemos iniciar a poda da corrupção hoje mesmo, agora.
E se acreditamos que somente um de nós fazendo, tudo continuará igual, não é verdade. Os exemplos arrastam.
Se começarmos a campanha da honestidade, da integridade, logo mais os corruptos sentirão vergonha.
Receberão admoestações e punições, em vez de aplausos.
E, convenhamos, se não houver quem aceite a corrupção, ela morrerá por si mesma.
Pensemos nisso. E não percamos tempo.
Equipe de Redação do Momento Espírita.
MHM.30.09.2006.
Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.
Foto:By:Newton Calegari.Todos os Direitos Reservados.
LISON.F.R.C.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CADEIRA NO CAMINHO (A)



CADEIRA NO CAMINHO (A)
Depois de um dia inteiro passado longe da família, entra em casa o pai, à noite.
Sua chegada alvoroça o filho que, esperando algum presente para ele, se precipita de braços abertos.
Por descuido, o pequeno estabanado vai de encontro a uma cadeira no caminho, e cai no chão, violentamente.
Não se machucou, mas, assustado pela surpresa da queda, põe-se a chorar em altos gritos.
Então, o pai só pensa em duas coisas: fazer calar o menino e acalmá-lo. Como conseguirá?
Facilmente, associando-se simplesmente aos sentimentos da criança, ajudando-a a soltar a rédea aos maus instintos.
Como assim? Liberando maus instintos? Não seria justamente o oposto que deveríamos fazer?
Pois bem, vejamos como a reação desse pai mostra que tomamos muitos caminhos absolutamente equivocados na educação de nossos filhos.
Reforçamos os maus instintos sem perceber, mais vezes do que imaginamos.
O pai precipita-se, levanta a criança, e começa a bater na cadeira ruim, cadeira feia, que fez cair o Carlinhos ou o Joãozinho.
Desse modo consegue rapidamente o que se propusera, pois Carlinhos ou Joãozinho, feliz por ver a cadeira castigada, cala-se, bate-lhe também, e fica satisfeitíssimo.
Não é verdade que assistimos cenas como essa diversas vezes?
Vamos analisar então o alcance real desse ato que tão inocente se supõe.
Quem tem culpa da queda da criança? Ela mesma, evidentemente. E quem foi castigada? A cadeira.
Lançando a culpa à cadeira, perde-se uma oportunidade de demonstrar praticamente à criança as conseqüências de sua imprudência e da sua atrapalhação.
Assim se deforma o seu critério de julgar, apresentando-lhe uma falsa relação entre a causa e o efeito.
Toda oportunidade de trabalhar esta temática, a da causa e do efeito, com as crianças, deve ser abraçada com vigor, pois nas pequenas aplicações do dia-a-dia está o desvendar de uma Lei Divina fundamental.
Mas, poderíamos ainda ir além e perguntar: por que sempre precisa haver um culpado? Por que não ensinamos as crianças a entenderem que existem muitas coisas que fazem parte da vida, e que sempre nos ensinam alguma coisa?
A cadeira no caminho poderia estar ensinando o cuidado, a atenção, ou ainda, poderia ser apenas uma cadeira no caminho.
Se fôssemos, na vida, abrir um berreiro, ou buscar culpados, para cada cadeira no caminho, esqueceríamos de viver, certamente, e seríamos só lamentos ambulantes.
Não deixemos que nossos filhos cultivem visões distorcidas da realidade desde cedo.
Não permitamos que a superproteção, ou nossos próprios medos atrapalhem o bom desenvolvimento de um ser, que precisa aprender a enfrentar os desafios da vida.
Punir a cadeira feia nunca será a solução. Nem deixaremos de sentir a dor da queda, nem resolveremos o problema da cadeira no caminho.
Entender que a lei de causa e efeito nos rege em todos os campos, inclusive no moral, faz-se importantíssimo, se desejamos ser bons pais e educadores.
* * *
O Espírito Meimei coloca na fala das crianças do mundo palavras de extrema beleza:
Peço-te, não me esqueças – pois sou teu filho, teu aluno, teu neto.
Sempre teu irmão, pedindo apenas a quota de amor e paciência de que preciso para me fazer homem de bem e companheiro de teu ideal.
Redação do MomentoEspírita com base no cap.Eduquemos as crianças, do livroCrônicas de educação, de Cecília Meireles,ed. Nova fronteira e no livro Educação segundo o Espiritismo,de Dora Incontri, ed. Comenius.Em 18.08.2008.
Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.
Foto.www.nena.com.br/Todos os Direitos Reservados.
LISON.F.R.C.

sábado, 16 de agosto de 2008

OÁSIS


Oásis
Há dias em que nada parece dar certo,
a fé se perde no desânimo e a dor se espalha,
É como subir uma montanha com pouco ar,
cada passo é um peso, cada dia uma luta.
Mesmo no deserto mais terrível existem oásis,
lugares onde às árvores crescem frondosas,
onde a água tão rara é abundante,
e os homens podem se refazer da longa jornada.
Por que na nossa vida seria diferente?
Não se fixe no problema, existem mil portas,
mil caminhos para buscar, mil lugares para conhecer,
milhares de pessoas para "reconhecer",
novos amigos, novo amor, novos sabores,
descobrir "oásis", novos poços, eis a sua missão,
sair da tristeza e da decepção e enfrentar o caminho.
Vem, vamos juntos nessa estrada,
que pode parecer deserta e seca, mas logo ali,
um oásis te espera, para transformar a sua vida em um jardim,
onde a flor mais preciosa, ainda é você.
Viva a vida com alegria!
Autor:Paulo Gaefke.Todos os Direitos Reservados.
Foto.www.nena.com.br/Todos os Direitos Reservados.
LISON.F.R.C.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

QUERER É MESMO PODER?


Autor.Dr.Flávio Gikovate.
Querer é mesmo poder?

- As pessoas mais persistentes acabam indo mais longe do que aquelas que ora querem uma coisa ora querem outra. Mas não basta ter um projeto em nossa mente para que ele se concretize.
A afirmação “querer é poder” pressupõe a concepção de que a vontade da nossa razão é soberana. Ela admite que basta que nossa mente construa um projeto e passe a perseguir esta meta para que todo o resto do organismo a siga. Assim, as pessoas não alcançariam um determinado resultado, não porque o querer não seja suficiente, mas porque o querer delas não seria bastante forte. Não desprezo, em hipótese alguma, a eficiência da razão e a importância de se querer muito uma coisa ou uma situação, para que se tenha mais chance de chegar lá. Não desprezo também os chamados poderes paranormais da mente, de tal forma que é possível que o “querer muito” abra portas para que um determinado evento aconteça.
Porém, acho fundamental fazermos algumas ressalvas a respeito desse assunto. A primeira delas é que não se deve incluir no “querer” coisas ou atitudes que dependam da vontade de outras pessoas. Por exemplo, posso querer muito ganhar num jogo de bingo domingo no clube. É possível até que a força da minha razão aumente as minhas chances de isto acontecer. Mas não acho que se possa querer muito que uma determinada moça – ou rapaz – passe a se interessar pela gente. Tenho todo o direito de tentar me aproximar das pessoas que despertam em mim a admiração e o interesse. Mas tenho o dever de respeitá-las, de modo que não me resta alternativa senão me afastar quando não encontro reações favoráveis à minha aproximação. Quando se trata dos direitos das outras pessoas, querer não é poder. Não posso dizer: “Tudo o que eu quero eu consigo” quando este “tudo” é um ser humano.
Na realidade, as pessoas sempre tomam o cuidado de querer coisas até certo ponto possíveis. Caso contrário, seria óbvio que querer não é poder. Querer ter um helicóptero está longe de adquiri-lo! Agora, as coisas materiais – e outras conquistas que não sejam as de seres humanos – nos chegam mais facilmente quando a queremos com fervor e persistência. Ou seja, as pessoas mais determinadas e que mudam menos de opinião acabam indo mais longe que aquelas que ora querem uma coisa, ora querem outra. Esta última atitude, que é a mais comum, acaba por provocar uma dispersão de energia psíquica, de forma que é bem menos provável que se atinja resultados muito positivos. É o que se quer transmitir quando se fala da mula que ficou indecisa diante de dois montes de feno. Não sabendo qual dos dois comer, acabou morrendo de fome!
A ressalva mais importante que eu queria fazer é a de que não são raras as situações nas quais se quer muito um determinado resultado, mas não se tem condições emocionais para sustentá-lo. Eu posso querer ser promovido rapidamente para a direção da empresa onde trabalho. Mas é preciso ver se tenho competência emocional para arcar com este grau de responsabilidade e de obrigações. É preciso ver se eu posso assumir o cargo que tanto quero. Se não estiver pronto para ele, isso poderá me pesar tanto que não será incomum que eu venha a ter, por exemplo, minha saúde arruinada. O indivíduo que está numa posição que “quer” mas não “pode” sofre de insônia, dores de estômago, dores de cabeça fortíssimas, palpitações cardíacas, falta de ar e, em situações extremas, poderá até mesmo chegar a ter um infarto do miocárdio ou um derrame. Estar maduro para assumir uma determinada função significa ter a competência técnica necessária e também estar psicologicamente apto às responsabilidades e tensões próprias daquele cargo.
Existe a possibilidade, portanto, de acontecer que a gente deseje muito uma coisa ou situação e ainda não possa ter ou estar nela. Nesses casos, querer definitivamente não é poder. Será necessário um grande trabalho interior para que se processe o desenvolvimento íntimo que criará as condições para o exercício daquilo que se quer. A situação mais importante em que isso costuma acontecer é no amor. Muitas pessoas encontram um par com o qual se identificam muito intensamente. Nesses casos, se desenvolve um encantamento amoroso de forte intensidade, coisa que é do enorme agrado da razão. As pessoas assim, apaixonadas, querem muito ficar o tempo todo umas com as outras. Mas começam a ter várias reações emocionais que denunciam que ainda não são competentes para a realização do seu desejo amoroso. Começam a ficar com muito medo de que alguma coisa ruim irá acontecer. Começam a ter ciúmes desproporcionais aos riscos. Começam a procurar pêlo em casca de ovo, ou seja, pretextos menores para justificar a falta de coragem para ficar juntas. Perdem o sono e o apetite, ficam muito nervosas, não pensam em outra coisa, ficam completamente obcecadas pelo assunto e não conseguem se decidir por coisa alguma. Esses dados indicam que ainda não estão emocionalmente preparadas para uma relação amorosa de grande intensidade. Terão que andar mais devagar e ir se acostumando aos poucos com a nova situação, de modo a, um dia, estarem em condições de “poder” agir conforme seu “querer”.
Texto publicado conforme autorização por escrito do Instituto de Psicoterapia de São Paulo.Todos os Direitos Reservados.
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LISON.F.R.C.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O MEDO DE PERDER STATUS


O Medo de Perder Status
Autor:Dr. Flávio GIkovate.
Conheço pessoas que vivem sob um verdadeiro pânico: não conseguem imaginar a hipótese de se conformar com uma posição social abaixo da que têm. Para elas, a idéia de conviver com um carro inferior ao que possuem é extremamente dolorosa, e seria preferível a morte a mudar para uma casa pior ou um bairro de menor status. Não querem nem pensar em usar roupas sem grife, deixar de sair de férias ou de freqüentar seus restaurantes favoritos, onde são conhecidas e tratadas com deferência.
Não é difícil entender que nossa relação com o dinheiro é muito mais complicada do que seria se o víssemos apenas como um meio para sobreviver. A vaidade, que em tudo se intromete, participa ativamente do processo. Ter acesso a determinadas coisas ou situações passa a ser mais importante pela nossa "posição" do que pela coisa em si. Por exemplo: pessoas que não têm paladar para apreciar um bom vinho tenderão a pedi-lo quando estiverem num ambiente mais requintado. Não querem ser chamadas de vulgares por preferir cerveja ou caipirinha. Muitas das coisas que fazem visam mais à imagem que querem transmitir do que a seus gostos pessoais.
Com a vaidade entrando no jogo, nossa tendência de fazer comparações aumenta. Passamos a nos sentir humilhados – agredidos, inferiorizados – quando nos vemos abaixo de alguém. Obviamente, isso desemboca na inveja: desejo de nos vingarmos daquele que nos agrediu com a sua superioridade! A humilhação é, junto com a sensação de abandono, uma das grandes dores a que estamos sujeitos. A rejeição, que é talvez nossa dor maior, é a associação de ambas: fomos abandonados porque a pessoa perdeu o interesse por nós, já que deixou de nos valorizar. A idéia de perder nossa condição econômica produz, então, a humilhação e a rejeição. Temos medo (e com razão) de que muitas pessoas nos abandonem caso baixemos de posição social. A dor é percebida como brutal e a sensação é a de que viveremos humilhados e deprimidos pelo resto de nossos dias.
Ainda bem que essa impressão não é verdadeira. Nossa capacidade de adaptação é muito maior do que podemos imaginar. Na prática, a dor é forte, mas de duração limitada. Só existe durante o processo de transição. Depois de um curto período, adaptamo-nos à nova posição e a dor vai embora. Isso porque passamos a nos identificar com as pessoas de condição idêntica. Só sofreríamos se, inábeis, insistíssemos em freqüentar os antigos ambientes.
Um exemplo esclarecedor: ao observar alguém numa cadeira de rodas, experimentamos em nós a dor que imaginamos que a pessoa sinta. Se ela, porém, for deficiente física desde o nascimento, ou há vários anos, sofrerá bem menos do que supomos. Só terá passado por grandes frustrações nas primeiras semanas, ou meses, após o fato que a deixou paralítica. Ora, se o ser humano é capaz de se adaptar a uma limitação tão dramática, porque não o faria com a perda de status, que afeta mais a vaidade que as necessidades básicas da vida?
Nesse aspecto, como em vários outros, somos traídos por nossa capacidade de imaginar. Inventamos dores maiores que as que sofreremos, da mesma forma que imaginamos prazeres maiores que os que teremos quando antevemos uma viagem, um novo relacionamento afetivo ou uma casa nova, por exemplo.
Assim como a dor está presente só na transição, o prazer também só existe, por tempo limitado, quando saímos de uma situação pior para outra melhor. Pouco tempo após estrearmos nosso relógio novo, ele perderá a capacidade de nos dar prazer, deixando-nos tão indiferentes quanto o velho – que, por isso mesmo, quisemos trocar. Como diz o ditado popular, não há mal que sempre dure e nem bem que nunca se acabe!
Texto publicado conforme autorização por escrito do Instituto de Psicoterapia de São Paulo.
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terça-feira, 12 de agosto de 2008

PARA REFLETIR

“Se o estado da mente é bom, os relacionamentos serão bons. Nós deveríamos permanecer simples. Uma pessoa simples não mistura as coisas de forma a complicar tudo. Ela não sabe como criar conflito. Nossa linguagem deveria ser doce e simples para dar conforto aos outros. Não devemos dizer o que os outros devem fazer, mas podemos ter bons votos para que eles façam a coisa certa. Bons votos geram bons frutos. Tudo fica bonito internamente. O desejo de se tornar bom capacita você a ter o direito de experimentar o amor de Deus.”
Autor:Dadi Manoharindra.
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

MEU FILHO E AS MANHÃS


Meu filho e as manhãs
Hoje pela manhã, como de costume, antes de sair para trabalhar, visitei o quarto de meu filho.
Considero uma espécie de ritual sagrado de todas as manhãs: chegar bem perto de seu berço, ajeitar sua coberta com cuidado, aninhá-lo com carinho para que não se descubra.
Passo então minhas mãos, algumas vezes, sobre seus cabelos macios, e digo em pensamento: “Como eu te amo!”
Ele normalmente se move com suavidade, como se reagisse de alguma forma ao estímulo externo durante o sono.
Continua ali, em silêncio, em paz, preparando seu corpinho e sua alma para mais um dia de descobertas felizes.
Despeço-me, procurando não fazer ruídos, e saio porta afora com a alma leve, pronto para enfrentar mais um dia no mundo.
Da próxima vez que o vir, mais tarde, ele já estará desperto, correndo pela casa, brincando com seus carrinhos, e irá me conceder mais uma alegria: a de receber seu sorriso, que sem dizer nada, diz tudo.
Por mais que alguns dias sejam difíceis, por mais que as batalhas sejam ferrenhas e desgastantes, tudo se acalma, tudo se conforta naquele sorriso.
Os sorrisos de criança têm um poder quase mágico, e os de nossos filhos mais ainda.
Eles parecem querer nos fazer perceber que, por mais que a vida seja tormentosa, cheia de pequenos e grandes espinhos que provocam dor, muita alegria ainda existe.
Por mais que neste exato instante existam “n” pessoas desejando não mais viver, se enfraquecendo nas lutas, desejando desistir, existem outras tantas almas agradecendo pela vida, num júbilo contagiante.
E tenho certeza de que “ser pai” é mais um desses motivos de alegria plena, de gratidão a Deus, e mais uma das muitas razões que temos para continuar sempre, sem desistir.
Meu filho e as manhãs me ensinam sempre esta lição preciosa, a da renovação, do renascimento da água e do Espírito.
Redação do Momento Espírita.Em 08.08.2008.
Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.
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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A VAIDADE E O PROBLEMA DOS “OUTROS”.


A VAIDADE E O PROBLEMA DOS “OUTROS”.
Autor:Dr.Flávio Gikovate
O prazer erótico de caráter exibicionista é um tanto independente de quem é que está assistindo nosso “show”. O observador não é totalmente irrelevante, já que uma moça sempre preferirá ser olhada com desejo por um homem que ela valorize do que por um outro que não seja diferenciado (segundo os critérios dela). Em todos os casos, se as pessoas que estiverem nos olhando tiverem uma reação negativa, padeceremos da terrível dor da humilhação ao passo que, se manifestarem admiração e respeito, nos sentiremos elevados, estimulados e sexualmente um tanto excitados.
Dependemos, pois, da reação das outras pessoas (os observadores). Não há como desconsiderar o fato de que nosso estado de alma é muito influenciado pela forma como nossa pessoa – ou algo que tenhamos feito – será recebida. Isso explica considerações que as famílias sempre fizeram aos seus filhos adolescentes acerca da importância de terem um comportamento compatível com a opinião média dos vizinhos. Quem nunca ouviu ou pensou sozinho acerca “do que é que os outros vão falar ou pensar a nosso respeito”?
Quanto mais dependemos da opinião dos outros para nos sentirmos bem, menor será nossa liberdade individual. Pensaremos duas vezes antes de tomarmos alguma atitude menos comum. Pensaremos na repercussão que nossos atos, nossa forma de vestir e até mesmo nossos pensamentos terá sobre os outros. Os outros passam a ser nossos juízes, aqueles que julgarão se somos ou não criaturas legais, dignas. A vaidade nos leva, pois, a uma situação muito delicada na qual nós somos os juízes dos outros e os outros serão os que irão dizer se somos ou não criaturas válidas.
Quanto maior a vaidade, maior a dependência que temos das outras pessoas. Assim, os outros se transformam nos “OUTROS”, observadores todo-poderosos aos quais devemos obediência. O paradoxo é inevitável: para chamar a atenção deles temos que nos destacar, nos diferenciar. Se o fizermos de uma forma inaceitável, segundo os critérios deles, seremos objeto de chacota e ironia. Como fazer? Onde encontrar coragem para arriscar e correr o risco de desagradar os OUTROS?
Na grande maioria dos casos, a questão se resolve apenas no plano da quantidade e não da qualidade. Ou seja, as pessoas buscam o destaque pela via da aquisição de uma quantidade maior de algo que seja valorizado por todos. Terão mais dinheiro, mais conhecimento, serão mais magras, mais belas (e recorrerão aos melhores cirurgiões para chegar a isso), mais viajadas etc. Usarão roupas caras e terão muitas delas. Não usarão, porém, aquelas que não sejam aprovadas pela maioria, as que não possuem uma grife (certificado de garantia de que se trata de algo precioso). Terão muitos carros, muitos relógios, farão dietas incríveis e dirão que são magras “por força da natureza”. A política do destaque será regida pelo lema “mais do mesmo”. As pessoas poderosas têm, portanto, muito das mesmas coisas; e são admiradas por isso. Destaque sem risco de decepcionar OS OUTROS e serem objeto de rejeição e humilhação.
É claro que uma pessoa pode ser mais corajosa e tentar se destacar por ser, agir e pensar de uma forma original. Quase sempre será objeto de reações variadas e dificilmente agradará a todos os observadores. Será tida como pessoa extravagante e talvez desperte mais inveja pela coragem do que pelo modo de se comportar. Nossas sociedades permitem uma cota maior de originalidade aos artistas e a alguns intelectuais, criaturas responsáveis pelas inovações. Sim, porque a busca de destaque pelo caminho apenas de ter mais do mesmo não leva a nada de novo (o que acabaria por determinar a estagnação geral).
Sabemos que existem algumas pessoas com mais coragem para se exibir de forma incomum mesmo sem serem portadoras de grandes talentos. São poucas e, principalmente na adolescência, acabam se filiando a alguma “tribo” minoritária, passando a agir de acordo com o padrão daquele subgrupo. O desejo de destaque é grande e na falta de criatividade acabam por se integrar numa turma onde a originalidade é duvidosa e a extravagância é um objetivo em si mesmo. Penso que os “punks” são um bom exemplo disso. Não é essa a liberdade que me encanta. A que me encanta é a de não abrirmos mão de nossas convicções mesmo se venhamos a bater de frente com a opinião dos OUTROS. Ou, como dizia Santo Agostinho, que reconhecia, é claro, a presença da vaidade em si mesmo: “entre a vaidade e a verdade eu não tenho dúvidas acerca do caminho a escolher”
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LISON.F.R.C.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A ÁRVORE DA VIDA...


A árvore da vida.
Autor:Drauzio Varella.
É chegado o momento de
construirmos a árvore da vida.
Terminado o Projeto Genoma,
esse será o grande projeto da
biologia. Galho por galho,
ramificação por ramificação,
as espécies de animais,
vegetais e microorganismos serão ordenadas pelo
grau de parentesco e pela ordem de aparecimento na evolução.

Desde que Darwin e Wallace revolucionaram a biologia com a demonstração de que as espécies não haviam sido criadas por Deus num dia, como imaginava a ciência da época, houve várias tentativas de agrupar os seres vivos com base em critérios morfológicos como tamanho, número de células, esqueleto ósseo, disposição dos membros ou capacidade de mamar quando pequeno.

No final do século 19, Ernst Haechel propôs uma árvore genealógica que representasse o pedigree do homem. Na base do tronco, ficavam os chamados animais primitivos, categoria na qual incluía seres tão díspares como amebas e animais que põem ovos. Nos primeiros galhos, vinham esponjas, crustáceos, vermes, peixes, aves, répteis e anfíbios. Nos mais altos, estavam representados os mamíferos e, no topo deles, logo acima dos gorilas e orangotangos, aparecia o homem - "o experimento supremo da natureza".

Tal visão antropocêntrica, que imaginava a evolução um mero mecanismo destinado a atingir o clímax com a criação do Homo sapiens, foi sepultada definitivamente pelos biólogos evolucionistas do século 20. Depois deles, ficou claro que a seleção natural é madrasta impiedosa, não está interessada na criação e muito menos na sobrevivência do homem ou de qualquer outra espécie. Para ela, temos a importância das Wolbachias que vivem no intestino dos carrapatos.

Nos últimos 20 anos, ganharam destaque científico os biólogos filogenéticos, interessados em caracterizar as relações existentes entre as diversas formas de vida a partir da avaliação da proximidade ou distância entre seus DNAs. Comparar a forma do corpo de seres diferentes e identificar semelhanças entre eles, o método clássico de classificação das espécies, passou a ser complementado pela comparação dos repertórios genéticos, a sintonia fina.

Não faz muito tempo, os anfíbios eram considerados descendentes dos dinossauros. Hoje sabemos que não o são, os pássaros e as aves modernas foram os únicos dinossauros que sobreviveram ao final catastrófico. Com as novas técnicas genéticas, muitas bactérias, plantas e animais têm mudado de ramo na árvore genealógica. Seres antes classificados como bactérias se transformam em fungos, saltando distâncias evolutivas maiores do que a existente entre nós e os mosquitos.

A tarefa de construção da nova árvore da vida é gigantesca. Embora existam um milhão e setecentas e cinqüenta mil espécies catalogadas, muitos cientistas calculam que esse número pode chegar a 30 milhões ou mais. Pior: das espécies já registradas, apenas 50 mil estão organizadas em pequenos galhos que ainda não foram postos lado a lado na árvore.

Com a força do argumento de que o número de análises filogenéticas tem dobrado a cada cinco anos e de que a finalidade de construir a árvore não é apenas alinhar espécie por espécie numa seqüência lógica, mas a de definir princípios abrangentes de organização das espécies, a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos decidiu reunir os maiores especialistas da área para discutir os objetivos a serem atingidos. Impossível não comparar a iniciativa com as que precederam a criação do Projeto Genoma, em meados dos anos 1980.

Como no Genoma, o primeiro desafio será a criação da infra-estrutura de informática - a filoinformática - para processar os infinitos dados obtidos por meio do seqüenciamento automatizado dos genes presentes na incrível biodiversidade terrestre e aquática. A árvore custará caro, talvez mais até do que os US$ 3 bilhões projetados para o Projeto Genoma. Qual será o benefício social de investir recursos tão altos num projeto desse tipo?

A medicina tem utilizado os princípios de relações genéticas entre os microorganismos para explicar como alguns germes se tornam resistentes aos medicamentos, como proteínas produzidas por diferentes organismos podem ser úteis ao homem, ou o impacto que uma bactéria alienígena pode causar na flora intestinal ou numa população de indivíduos suscetíveis a ela.

A organização das espécies em uma árvore genealógica é fundamental porque aprofundará o conhecimento da biodiversidade a níveis jamais imaginados, permitirá fazer previsões que revolucionarão a medicina e a agropecuária e tornará possível a escolha das intervenções mais eficazes para a preservação da natureza.

Além disso, pode existir coisa mais fascinante do que decifrar os caminhos da vida na Terra?

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LISON.F.R.C.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

MARTIN LUTHER KING


Martin Luther King (1929-1968)
VENCEDOR DO PREMIO
NOBEL DA PAZ 1.964.
____Martin Luther King (1929-1968), pastor norte-americano, Prêmio Nobel, um dos principais líderes do movimento americano pelos direitos civis e defensor da resistência não violenta contra a opressão racial.Foi escolhido líder do movimento a favor dos direitos civis das minorias após organizar o famoso boicote ao transporte público em Montgomery (Alabama), em 1955.


Lutou por um tratamento igualitário e contribuiu para a melhoria da situação da comunidade negra, mediante protestos pacíficos e discursos enérgicos sobre a necessidade do fim da desigualdade racial. Em 1963, dirigiu uma marcha pacífica do monumento a Washington até o Lincoln Memorial, onde pronunciou seu discurso mais famoso: "Eu Tenho um Sonho".


Formação e início de vida.
King nasceu em Atlanta, Geórgia, no dia 15 de janeiro de 1929. Entrou para o Morehouse College aos 15 anos e foi ordenado pastor batista aos 18 anos de idade. Depois de se formar no Seminário Teológico de Crozer como presidente da turma em 1951, fez pós-graduação na Universidade de Boston. Lá conheceu Coretta Scott, nascida em Marion, Alabama, com quem se casou em junho de 1953. Os estudos de King em Crozer e em Boston levaram-no a analisar os trabalhos do líder pacifista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, cujas idéias se tornaram o núcleo da sua própria filosofia sobre o protesto não violento. Em 1954, King aceitou a designação para ser pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery, Alabama.

O boicote aos ônibus de Montgomery.
Naquele mesmo ano, a Corte Suprema dos Estados Unidos proibiu qualquer tipo de educação pública segregadora, e no rastro daquela decisão, o Sul segregado logo foi desafiado em todas as áreas da administração pública. Em 1955, King, que havia acabado de terminar o doutorado, foi indicado para coordenar um boicote aos ônibus de Montgomery. Os líderes negros da cidade haviam organizado o boicote para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte público após a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra que havia se recusado a ceder o seu lugar a uma passageira branca. Durante a ação, que durou 381 dias, King foi preso, a sua casa foi atacada e muitas ameaças foram feitas contra a sua vida. O boicote foi encerrado mediante um mandado da Suprema Corte proibindo qualquer transporte público segregador. O boicote de Montgomery foi uma vitória do protesto pacifista, e King emergiu como líder altamente respeitado. Como conseqüência os clérigos negros de todo o Sul organizaram a Conferência de Lideranças Cristãs do Sul (SCLC), tendo King como presidente.

Liderança quanto aos direitos civis.
Em uma visita à Índia em 1959, King pôde compreender melhor o que entendia por Satyagraha, o princípio de persuasão não violenta de Gandhi, que King estava determinado a empregar como o seu principal instrumento de protesto social. Entre seus protestos destacam-se a campanha, em 1963, a favor dos direitos civis em Birmingham, Alabama, a realização do censo para aprovação dos votos dos negros, o fim da segregação racial e a melhoria da educação e de moradia para os negros nos estados do sul. Dirigiu a histórica ”marcha” para Washington, em 28 de agosto de 1963, onde pronunciou o famoso discurso I have a dream (Tenho um sonho). Em 1964 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Ampliação das preocupações
À medida em que o tempo foi passando, King foi ficando cada vez mais sensível às diferentes formas que a violência poderia assumir. Também havia ficado claro que inúmeras cidades do Norte que haviam enviado participantes aos protestos do Sul estavam apáticas em relação aos acertos necessários quanto à estratégia a ser seguida contra a discriminação racial. As lideranças negras, que estavam passando por uma transformação radical, começaram a desafiar as orientações de King. Após terem apoiado o litígio e a reconciliação, exigiam uma mudança “de qualquer maneira que fosse possível”. Em Chicago, onde foi lançada a primeira grande campanha no Norte, ele recebeu a oposição pública dos batistas negros. Lá os manifestantes negros encontraram brancos, armados, liderados por neonazistas e apoiados por membros da Ku Klux Klan. Quanto à guerra no Vietnã, a maioria dos negros sentia que os seus próprios problemas mereciam prioridade e que as lideranças negras deveriam se concentrar na luta contra a injustiça racial em casa. No início de 1967, entretanto, King se associou ao movimento contra a guerra e às suas lideranças nacionais brancas.

Assassinato
Em abril de 1968 foi assassinado em Memphis, Tenessee, por um branco que havia escapado da prisão. Em 1986, o terceiro domingo de cada mês foi escolhido como a data para a comemoração dos direitos civis dos negros.

EU TENHO UM SONHO
Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça.
Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.
Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza. Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos.
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não é só isso.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
"Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
Fonte: colaboração de Hernani Francisco da Silva, da Missão Quilombos
Martin Luther King - 15/01/1929
O texto acima é de propriedade da WIKIPEDIA.ORG/WIKI/Martin_Luther_King_Jr.

LISON.F.R.C.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

VOCÊ ACREDITA EM SORTE OU AZAR?

Você acredita em sorte ou azar?
Autor:Dr.Flávio Gikovate.

- A repetição de fatos positivos ou negativos em certas fases de nossa vida pode sugerir que existe um processo interferindo em nosso destino.

A toda hora dizemos: “fulano tem muita sorte; tudo o que ele faz dá certo”; “sicrano é pé-frio, só tem azar”. Afinal, o que será isso que chamamos levianamente de sorte e de azar, sem tentar entender? Será uma coisa ligada ao “destino” de cada pessoa, à vontade de Deus? Será mera coincidência? Será que existem processos psicológicos que ainda não entendemos muito bem e que predispõe algumas pessoas a ter sucesso nas suas empreitadas?

Não podemos continuar a pensar nesses processos como sendo simples coincidências. Pessoa com sorte no jogo ganham com uma freqüência muito acima do que se poderia esperar pela lei das probabilidades. Chamar apenas de coincidência às repetições de acontecimentos positivos ou negativos na história de vida das pessoas é negar a evidência de que algum outro fator está interferindo na evolução dos fatos. Aliás, essa concepção de que existem “coincidências significativas” e não apenas casualidades foi uma das mais importantes contribuições de Jung à psicologia. A repetição de fatos positivos ou negativos que nos acontece em série em certas fases da vida sugere a existência de algum processo interferindo em nosso destino. O pensamento científico não pode, pelo menos por enquanto, ir muito longe no sentido de estudar a influência de fatores sobre-humanos em nossas vidas. Porém, não creio que seja prudente descartá-los, pois também não temos dados para isso. A astrologia, a numerologia, o espiritismo e vários outros tipos de esoterismo tentam estabelecer regras a respeito das influências sobrenaturais às quais estariam submetidos. São coisas interessantíssimas e temos de continuar aguardando uma maior acumulação de informações para poder elaborar um julgamento a respeito delas, sem preconceito.

Alguns mecanismos psicológicos podem influir sobre o que chamamos de sorte ou de azar. É bastante provável que existam criaturas mais positivas do que outras. Nossa mente, quando funciona de forma mais otimista e com mais coragem de ter sucesso naquilo a que nos propomos, pode interferir muito nos resultados. Acredito que os fenômenos que chamamos de paranormais existam em todos nós, sendo mais eficientes em algumas pessoas do que em outras. O vendedor que estiver determinado a vender terá melhores resultados. O jogador de futebol com mais coragem para o sucesso disporá de muito mais chances. Ou seja, é bem provável que nossas mentes disponham de mais poderes do que aqueles que conhecemos e utilizamos. Algumas pessoas conseguem se utilizar, ainda que de forma intuitiva, desses outros poderes, obtendo resultados muito melhores. Essas são as pessoas de sorte. Os mesmos poderes poderão provocar, quando ativados negativamente, fracassos sucessivos, e as pessoas que padecem dessa tendência são as azaradas.

Ainda não sabemos como funcionam os processos parapsicológicos e por que algumas pessoas dispõem de certos “dons” – premonições, vidências etc. – e outras não. Mas não podemos continuar a negar a existência desses fenômenos e muito menos deixar de pesquisá-los, pois eles abrem perspectivas incríveis para uma melhor utilização de nosso potencial psíquico. Esses processos não são autônomos e dependem também de como funcionam nossos processos psicológicos mais conhecidos. Por exemplo, para que uma pessoa possa ter sorte é necessário que ela se permita coisas boas. Todos nós temos um certo tipo de contabilidade interna, na qual uma certa quantidade de esforços dá direito de recompensas. Algumas pessoas se vêem com direito a uma boa quantidade de recompensas, mesmo sem se acharem com o dever de fazer grandes sacrifícios. Essas, é claro, são mais predispostas a ter sorte do que aquelas, muito rígidas do ponto de vista moral, que se sentem melhor quando obtém pouca recompensa com muito sacrifício. A moralidade na qual fomos criados, que dá grandeza e dignidade ao esforço, à renúncia e ao sacrifício, acaba nos levando para o caminho do azar, porque nos impede grandes benefícios sem grandes privações. A sorte é, ao contrário, um amontoado de ganhos que resulta de pouco – ou nenhum – esforço. São poucas as pessoas de caráter que se permitem isso. E, quando abrem as portas da sorte, em um determinado setor da vida, costumam fechá-las em algum outro igualmente importante. Isso explicaria, por exemplo, a concepção de que aqueles que têm sorte no jogo terão azar no amor.

Nada é mais fascinante do que nossa mente. Não me canso de pensar sobre nossos mecanismos íntimos e gostaria de ser capaz de transmitir o meu entusiasmo. Temos de ler muito, pensar muito, conversar muito, pois tenho certeza de que esse empenho será muito bem recompensado.

Foto:www.nena.com./Todos os Direitos Reservados.


LISON.F.R.C.